quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Muito interessante!!!

A felicidade é o cúmulo da mediocridade
Por Fran Christy

Quando toco nesse assunto, muita gente me olha com aquela cara, do que é que você está falando? Você está maluca? Nossa sociedade é viciada em felicidade. Aprendemos desde cedo que nossas decisões na vida devem ser tomadas baseadas no potencial que as escolhas a nossa frente possuem de nos proporcionar uma vida feliz. Com quem vou me casar? Vou ter filhos? Que profissão vai me realizar mais? E por aí vai. A cada passo que damos, supostamente, devemos fazer a matemática da felicidade em nossa mente e analisar qual opção tem maior potencial. Ficamos furiosos quando depois de um tempo descobrimos que a escolha que fizemos não era a que trazia felicidade, mas sim a outra que abrimos mão.

Esse raciocínio está tão impregnado em nossas mentes que temos muita dificuldade em percebermos toda a sua armadilha e decepção. A reação natural quando toco nesse assunto é o questionamento contrário: então se não vamos procurar a felicidade, vamos fazer o que? Procurar a infelicidade? Aceitar uma vida que não queremos? Qual o propósito disso?

Esse raciocínio provém da noção de que se não buscarmos a felicidade na vida, então nada nos sobra. Bom, vamos pensar um pouquinho aqui com lógica, ok?!

O que é realmente essa tal de felicidade? Não de uma forma concreta, mas o que as pessoas estão buscando quando elas medem alternativas tentando descobrir qual delas as fará felizes?

Conforto, ausência de problemas e desafios, alegria, tranqüilidade, paz… Humm… parece ótimo, não? Do ponto de vista social, o final feliz é esse, não é mesmo? Mas você já parou para pensar que não há final algum? Não há final feliz, nem triste, não há final até que sua própria vida acabe! Nossa vida não é um filme que acaba depois que alcançamos nossos objetivos. Então porque tanta gente persegue “sonhos” como se esses carregassem seus finais felizes?

Mas vamos um pouco mais fundo… que vidinha mais medíocre essa feliz, hein? Nenhum problema, nenhum desafio, só alegria, só conforto, só paz, só tranqüilidade… O quanto demoraria para você se sentir infeliz com toda essa felicidade?!

Mas então você está dizendo que deveríamos ser infelizes?

É aí que muita gente não entende exatamente do que é que estou falando…

Felicidade ou infelicidade são percepções do ego. Estávamos falando sobre isso no artigo da semana passada, mas percebi pelos comentários que muita gente não entendeu direito o que eu estava falando…

Nosso lado egoísta, aquele que tem vontade, que quer as coisas, é que quer ser feliz. Nosso ego não gosta de nada que atrapalhe seu prazer. Se dependesse do nosso ego, ficaríamos em casa o dia inteiro sentados na frente da TV, comendo pipoca e pizza e só levantaríamos para fazer coisas que também são prazerosas. Jamais aceitaríamos qualquer situação que nos proporcionasse qualquer tipo de desconforto… a não ser que visualizássemos um benefício futuro resultante do sacrifício de abrir mão do próprio prazer.

Como a maioria das pessoas não pode se dar ao luxo de só fazer o que quer de acordo com suas próprias vontades, elas desgostosamente fazem os sacrifícios que a vida lhes impõe, mas seu “sonho” é voltar à condição de prazer máximo. É por isso que buscam a felicidade com tanto ardor. O que elas querem na verdade é eliminar todas as atividades que a vida lhes impõe para que elas possam então desfrutar de tudo de bom que a vida tem a oferecer.

Muitas pessoas erroneamente interpretam a filosofia carpe diem dessa forma. O motivo é que simplesmente não entendem o que poderia haver na vida além de se buscar a própria felicidade. Esse raciocínio, como eu mencionei, é resultado de uma vida inteira tendo essa idéia martelada na cabeça, assistindo filmes de Hollywood que mostram exatamente esse conceito – o filme sempre acaba quando o herói finalmente conquista seus objetivos e então supõe-se que depois do final da estória, ele viveu feliz para sempre.

A minha percepção sobre esse assunto é altamente influenciada pelas diversas teorias orientais que abominam o ego e suas vontades e também pela ocidental Conscienciologia*, criada por Waldo Vieira.

Esse meu background me leva a crer que não viemos a esse mundo para curtir a vida e sermos felizes, mas sim para evoluir e ajudarmos uns aos outros. Dentro dessa perspectiva, a felicidade parece ser uma grande perda de tempo, um poço sem fundo de mediocridade.

Acredito que temos uma programação de vida, uma missão (ou várias!) e que a realização desse propósito não envolve conforto, alegria ou tranqüilidade. Quem sente essas emoções é o ego, justamente a parte de nós que não está a fim de cumprir missão alguma, está a fim de ficar quieto, sem ser perturbado ou melhor, só curtir a vida no maior conforto. O ego não gosta de nada difícil, evidentemente! “Difícil” envolve desconforto, desafios e muitas vezes sacrifício sem benefício do final das contas. O ego não quer saber desse tipo de coisa, o ego só topa o sacrifício se ele estiver de olho no benefício que vai usufruir quando terminar.

O próprio conceito de evolução carrega inerente consigo uma interpretação de benefício, porém, muitos de nós, na condição de seres humanos sem visão de conjunto alguma, não conseguimos ver os benefícios reais. Nosso ego, por sua vez, não topa desafio algum se não for para ganhar nada em troca de todo o sacrifício. É por isso que muita gente simplesmente não entende porque precisamos abrir mão da felicidade. Nossa sociedade está tão impregnada com a idéia de que se não há benefício, não vale à pena, que muita gente não consegue deixar cair a ficha.

Não é uma questão de ser infeliz, não é isso que estou defendendo! A minha posição é que se preocupar com felicidade ou infelicidade é uma atividade puramente egóica. O que defendo é não se importar com felicidade ou com infelicidade, simplesmente fazer o que tem que ser feito e ponto final. É difícil? Ok. Vou ter que fazer sacrifícios sem benefício algum? Ok. Viver seu propósito de vida requer esse tipo de postura. Não acredito que a felicidade seja o propósito de ninguém! Se fosse pra ser fácil, você não estaria nesse mundo! Você já pensou nisso?

O negócio então é aceitar a dificuldade sem reclamar, sem ficar dizendo com aquela voz chorona “mas não é fácil!”… (por que deveria ser?)

Ao aceitar o que vier, encarar as dificuldades, vencer os desafios sem fugir deles, sem ficar tentando eliminá-los porque você quer ser feliz, porque você quer sombra e água fresca, ao ter essa postura, você encontra sua força interior. É só a partir daí que você pode realmente viver seu propósito de vida!



Verdades que precisam e devem ser ditas!!
Essa busca insana pela felicidade às vezes nos deixa muito mais infelizes, muito mais insatisfeitos. É como se tudo o mais fosse completamente sem importância... Eu confesso que sou uma das muitas pessoas que estão esperando (pelo menos até agora!...) por aquele algo mais... sabe aquele negócio de "se eu casasse seria mais feliz", ou "quando eu comprar minha casa...", ou ainda "mas, se eu tivesse um carro seria..." !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Meu Deus do céu! A vida é agora, né não???!!! O que é que eu tô fazendo dela afinal??! E se por acaso a minha felicidade - a que eu nem reparei - for essa magia que eu faço com minhas telas e pincéis? Se minha real felicidade for pintar...
E a gratificante tarefa que todos temos de ajudar aos menos favorecidos, dar colo a quem precisa, um ombro... Fazer diferença na vida de alguém. E a ajuda espiritual onde fica??
Pensar! É disso que precisamos mesmo! Pensar no tempo que perdemos procurando uma coisa que na verdade, estamos jogando fora!!
Felicidade?? Olha aí dentro de você!! Eu preciso e vou encontrar a minha!!
Xêross
Raquel

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